Casa Branca propõe taxar recompensas de mineração de Bitcoin apenas na venda

Um relatório de 168 páginas divulgado pela Casa Branca sugere que as recompensas recebidas por mineradores de Bitcoin passem a ser tributadas somente no momento da venda dos ativos, e não no recebimento, como ocorre atualmente. A medida, alinhada ao tratamento fiscal dado ao ouro, busca eliminar o descompasso entre o imposto devido e a receita efetivamente realizada pelos mineradores.

Mudança pode reduzir custos do setor

Hoje, os mineradores norte-americanos pagam imposto assim que recebem os bitcoins, mesmo que ainda não os tenham convertido em moeda fiduciária. Se aprovada, a nova regra poderá melhorar a margem de lucro das operações e atrair investidores com perfil de longo prazo. A BitFuFu, uma das maiores empresas de mineração do mundo, manifestou apoio à proposta, destacando que a mudança diminuiria barreiras de entrada, sobretudo em um país onde os custos de energia são considerados competitivos, apesar das tarifas sobre equipamentos importados.

Tesouro estuda reserva estratégica de BTC

O relatório também cita a possibilidade de o Departamento do Tesouro criar uma reserva estratégica de Bitcoin formada a partir de ativos digitais confiscados. Embora faltem detalhes sobre a iniciativa, o documento indica reconhecimento governamental da relevância de longo prazo da criptomoeda.

Saídas de capital em ETFs mantêm pressão

Apesar do potencial alívio tributário, o mercado segue pressionado pela fuga de recursos de fundos de índice (ETFs) à vista nos Estados Unidos. Na terça-feira, 5 de agosto, as estruturas registraram resgates de US$ 196 milhões, completando quatro dias consecutivos de saídas. Desde o fim de julho, o volume líquido negativo supera US$ 500 milhões, reflexo da menor demanda institucional em meio a indicadores econômicos fracos — o PMI de Serviços caiu para 50,1 em julho — e à sinalização de novas tarifas sobre importações de tecnologia pelo ex-presidente Donald Trump.

Avanços regulatórios em outros mercados

No Japão, a SBI Holdings protocolou pedido para lançar um ETF que reúna Bitcoin e XRP, o primeiro da Ásia a combinar os dois ativos. Já nos Estados Unidos, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) declarou que o staking líquido não configura oferta de valores mobiliários e anunciou o “Projeto Crypto” para criar um ambiente regulatório mais favorável durante um eventual novo mandato de Trump.

Cotação do BTC e pontos técnicos

Por volta das 11h00 (horário de Brasília) desta quarta-feira (6), o Bitcoin era negociado a cerca de US$ 114.240, mantendo-se acima da média móvel de 50 períodos no gráfico de duas horas. Depois de tocar o suporte de US$ 112.641, o ativo formou um fundo mais alto, mas continua abaixo da linha de tendência de baixa iniciada em 31 de julho.

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Imagem: Pedro Augusto via cryptonews.com

O Índice de Força Relativa (RSI) está neutro, na faixa dos 51 pontos. Caso o preço ultrapasse US$ 115.043, analistas veem espaço para avanços até US$ 116.915 e US$ 118.878. Em sentido contrário, perdas sustentadas abaixo de US$ 113.000 podem levar o BTC a testar os suportes de US$ 112.640, US$ 110.782 e US$ 109.075.

Para Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, a criptomoeda segue lateralizada entre US$ 113.500 e US$ 114.500 após recuar das máximas de julho, quando se aproximou de US$ 123.000. “A barreira de US$ 116.000 é decisiva. Um rompimento abriria caminho para US$ 118.000, enquanto a perda de US$ 113.000 indicaria busca por níveis mais baixos”, afirmou. Ele acrescentou que a saída de capital dos ETFs revela cautela entre grandes investidores, enquanto altcoins menores permanecem voláteis, com desempenho negativo das memecoins.

Com informações de Cryptonews Brasil

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