A empresa de análise de blockchain Bubblemaps identificou cerca de 100 carteiras recém-criadas que teriam reivindicado 9,8 milhões de tokens MYX, avaliados em aproximadamente US$ 170 milhões, em um recente airdrop. A companhia sustenta que o episódio pode representar o maior ataque Sybil já registrado no mercado de criptomoedas.
Em uma série de publicações na rede social X na quarta-feira, a Bubblemaps relatou que todas as carteiras receberam quantias semelhantes de BNB provenientes da exchange OKX com apenas alguns minutos de diferença entre si, quase um mês antes da distribuição de tokens. “Todos comentam sobre a MYX alcançar US$ 17 bilhões em FDV, mas notamos algo fora do comum”, escreveu a empresa.
Segundo a Bubblemaps, as carteiras não apresentavam histórico de transações e reivindicaram os tokens praticamente ao mesmo tempo, por volta das 5h30 (UTC) de 7 de maio. A equipe de análise considera improvável que a coincidência seja aleatória e classifica o episódio como possivelmente “o maior airdrop Sybil de todos os tempos”.
Resposta da MYX
A MYX Finance contestou as alegações, afirmando que a distribuição levou em conta negociações reais e contribuições de provedores de liquidez, além de empregar mecanismos de proteção contra ataques Sybil durante a campanha Cambrian. A plataforma reconheceu, entretanto, que usuários de grande volume solicitaram a troca de endereços antes do lançamento e informou que atendeu aos pedidos para incentivar a participação.
“Como uma DEX perpétua descentralizada, sempre priorizamos a participação dos usuários, mesmo quando uma única entidade opera de forma extensa”, declarou a MYX em nota. A Bubblemaps considerou a resposta vaga — “possivelmente gerada por IA”, segundo a empresa —, o que, na visão dos analistas, reforça as suspeitas sobre o caso.

Imagem: br.cointelegraph.com
No momento da redação, o token MYX era negociado a US$ 17,33, alta de 6,47% nas últimas 24 horas, mas ainda 12% abaixo da máxima histórica de US$ 18,52 registrada na terça-feira.
Fazendas de airdrop ganham escala
Casos de manipulação de distribuições de tokens vêm se sofisticando. Em julho, a Cointelegraph Magazine descreveu uma operação no Vietnã com mais de 30.000 celulares, cada um equipado com cartão SIM, IP falsificado e impressão digital exclusiva, simulando usuários reais para explorar airdrops. Além de farmar tokens, a estrutura fabrica e vende kits com cerca de 20 aparelhos, que podem ser controlados simultaneamente por um dispositivo central para burlar sistemas de detecção Sybil em campanhas Web3.
Com informações de Cointelegraph Brasil